terça-feira, 1 de julho de 2014

Um alvorecer.





Deito-me no chão daquele parque, enraízo-me com as folhas e galhos secos no chão, olho para os lados e só vejo escuridão. Fecho os olhos e sinto o vento bater sobre meus lábios, eles ficam secos.
Talvez eu só precise de uma luz, aquelas que aparecem de uma hora pra outra no fim do túnel, você sabe, eu sei, todos sabem... Meus olhos já não conseguem se manter fechados, que loucura.
Meus pensamentos estão cada vez mais confusos, minha pulsação só aumenta, mas eu continuo parada... Imóvel. Como se nada me movesse, mantenho-me firme, segura e na espera daquela luz...afinal, onde está ela?
Viro de um lado para o outro e andorinhas pretas sobrevoam o céu. Ah, que bonitas, mas podia jurar que eram corvos. O que fazer com toda essa confusão de espírito? Caminhar.
Caminho sobre aquela terra úmida... um galho fica preso em meu vestido, meus sapatos incomodam muito... quer saber? Vou descalça e sinto a terra com os meus próprios pés... Que sensação boa.
Enquanto caminho, sinto bater em meus ombros um sopro quente, e quanto mais eu caminho, mas ele fica forte e chega a um ponto que eu não aguento mais. Tiro meu vestido.
Continuo a andar com uma sensação de liberdade enorme, o que está acontecendo comigo?
E por acaso, avisto uma nascente de um rio que provavelmente não está muito longe, sigo em frente onde a terra é mais molhada... E logo eu o vejo. Um rio calmo e sem movimento, troncos de árvores e folhas pálidas boiam nele. Esse rio precisa de movimento!
Me aproximo, coloco os pés... E vou afundando... afundando... afundando...




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